terça-feira, fevereiro 08, 2005

Rito de uma Lua Minguante

"Se aproxima uma mulher que desconheço
em volta da fogueira ouço gritos
branca, cabelos ruivos:me entorpeço
diz pra me jogar e fundir os ritos.
Sussurra, mas seu lábio não se move
Diz "acabe com isso; mate o tempo, que corre"
O fogo pode findar a dor,
fumegando lampejos de mais dor.
É esse o único caminho?Não há outra trilha a seguir?
Esse é o nosso mundo. Cada ser é um faquir.
Pule no fogo, ele extingue a dor com mais tristeza
Amanhã tudo nasce melhor, basta destreza
Passando pelo portal os problemas serão outros;
outras dores. Não faz mal. Durmo e sonho.
Acabe tudo. Pule. Queime.
É tudo um jogo, um teste, um game?
Reúno um álbum com fotografias de lástimas
Expressões variadas de dor, sangue, morte e lágrimas.
Em cada face, olhos de quem matei.
Almas roubadas, reflexos partidos: tentativas frustradas de quem tive e não amei."

*acho que sei o que vou jogar no fogo*

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