sábado, fevereiro 16, 2008

Sou poeta dos olhos,
poeta; mas apressada que sou,
quando nasci
e vi o milagre de tudo
acontecer,
não esperei.
Não dei tempo para que amadurecessem,
em mim, as palavras,
e me fiz poeta dos olhos.

Me arrefece
a molície de Neruda,
suas ameixas,
o rio da tribo de Caeiro
e a poesia que declamam,
em minha casa,
as violetas e as flores do hibisco.
Me enfarta a melodia de Amélie.

Espero o dia em que morrerei
afogada com a poesia da vida na garganta.