segunda-feira, maio 23, 2011

Como são tristes os momentos da existência
em que a gente se dá conta,
como que acordando de um sonho,
que o viver no fim das contas
é um evento totalmente solitário.

domingo, maio 22, 2011

É quase Junho,
e em mim o ano mal começou.
O que fazer daquela lista,
aquela de promessas e novos hábitos
de poucos meses atrás?
O que fazer pra segurar o tempo na coleira,
frear sua habilidade master
de fazer mágica com o calendário,
onde comprar uma gaiola que o prenda
mas que o deixe cantar de vez em quando?

Passeiam pelos meus dedos
as horas que não me esperaram chegar,
passam por mim como trem veloz
que não deixa amadurecer a paisagem
por onde passam seus trilhos.
Se encondem, tímidas da sua aparência etérea,
da volatilidade dos seus tantos braços
e da falta de exatidão das suas cores.

E nessa falsa inocência,
entre o rastro de riso e de vento que deixam pra trás,
fico eu, inconsolável com tudo o que herdei.

segunda-feira, maio 16, 2011

A palavra, uma vez que nasce,
cria vida e sai voando da boca da gente
feito passarinho ligeiro.
Na sua pureza não sabe
se é feia ou se é bonita,
doce ou azeda de tudo;
sai por aí beijando os olhos
e ouvidos dos passantes
e enchendo o ar de verdades.

Vai planando e só quer saber de brincar,
não sabe do poder que tem:
de lavar sorrisos de uma cara
ou de fazer lembrar de coisa boa.
A palavra, uma vez que nasce,
cria vida e sai voando da boca da gente.