domingo, julho 31, 2011

Saudade daquele gnocchi recheado de primeiro beijo,
acompanhado de frio na barriga ao molho pesto.
Nenhuma paixão deve ser servida fria,
que o amor tem que vir sempre borbulhando.
É intradutível a angústia de me ver aqui sentada
esperando a vida começar.
Esperando pelo fim do prólogo, da introdução,
aguardando o som metálico do sino e seu eco controladamente infinito
anunciando que agora o viver é de verdade,
que acabou o aquecimento.
No more make-believe.

terça-feira, julho 12, 2011

Manifesto d'água

Meus amores, meus muitos corações
rasgados e remendados
ao longo dos anos desdobrados que vivi
me fizeram quem sou: alma exposta em carne viva,
pausa de partitura, flor comestível.

Eu sou para dizer as caras que o amor veste,
pra escancarar o passo-a-passo do querer bem
e ridicularizar o medo infundado de se apaixonar.
Tudo que eu vi,
os lugares onde deixei parte de mim
e as loucuras sãs que experimentei,
cada fotografia recortada e cada linha escrita,
cada minúcia de existência, cada vão,
tudo disso foi parte do meu treinamento.

Que o que eu mais posso ensinar nessa vida
é do que é feito o amor.