"Vai menestrél, poetar cada vão de louça
preencher com flor a tua andança
que o barão do tempo iniciou
Vai, mas carrega na mala a lembrança
a memória de fio de balança
que o teu picadeiro mostrou
Voa longe, mas marca o caminho
segue em bando mas sempre sozinho
traz de volta o deixado pra trás
E assim, quando o fruto for doce
volta ao verde, mas não mate à foice
e no chão cospe o amargo que fica
Guarda bem cada peão do jogo
pra mais tarde voltar e ler, rouco
e ver quantos em rei transformou
Deixo assim cada voto de apreço
e uma prece que vento te leve
onde for que pertença o teu verso
E que faça de sol ventania
que transforme em mel luz de dia
ou de amor tire breve cantar
Bote em faces sorrisos discretos
de quem antes perdeu todo afeto
e não tinha à que recorrer
Seja leve, tranquilo e sereno
mesmo quando deitado sem feno
não tiver o que te merecia
E entende que não é qualquer
que enxerga além do viés
harmonia na festa das letras
Mesmo quando cansado da trilha
estiver, ou quiser ter partilha
lembra o louco que ri de bobagem
Tira dele e de cada descida
combustível pra ter na subida
e armazena com água-de-cheiro
Vê no espelho raio de fundura
sem deixar de lado ré ternura
e aninha estampado na cara
E embrulha e me manda de volta
o furor que te bater à porta
quando o mundo quiser ler você
Já que o ponto que foi de partida
do trajeto, até então de ida
não cabe no que há de crescer"
*ah queria ter feito mais...mas ia virar um jogral mega-modernizado=P*
Um comentário:
Rubia, perdoe-me, mas não consigo acompanhar seu pique. Vc tá demais. Essa valeu mesmo. Deixa eu, poeta bissexto, quietinho com a minha prosa, que pra bater ponto nas ruas da poesia tem que ter o seu calibre. Me deixa só espiar...
Abraço!
jotadfraga@bol.com.br
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