sábado, março 12, 2005

Encomenda particular de votos simples de pré-futuro

"Vai menestrél, poetar cada vão de louça
preencher com flor a tua andança
que o barão do tempo iniciou

Vai, mas carrega na mala a lembrança
a memória de fio de balança
que o teu picadeiro mostrou

Voa longe, mas marca o caminho
segue em bando mas sempre sozinho
traz de volta o deixado pra trás

E assim, quando o fruto for doce
volta ao verde, mas não mate à foice
e no chão cospe o amargo que fica

Guarda bem cada peão do jogo
pra mais tarde voltar e ler, rouco
e ver quantos em rei transformou

Deixo assim cada voto de apreço
e uma prece que vento te leve
onde for que pertença o teu verso

E que faça de sol ventania
que transforme em mel luz de dia
ou de amor tire breve cantar

Bote em faces sorrisos discretos
de quem antes perdeu todo afeto
e não tinha à que recorrer

Seja leve, tranquilo e sereno
mesmo quando deitado sem feno
não tiver o que te merecia

E entende que não é qualquer
que enxerga além do viés
harmonia na festa das letras

Mesmo quando cansado da trilha
estiver, ou quiser ter partilha
lembra o louco que ri de bobagem

Tira dele e de cada descida
combustível pra ter na subida
e armazena com água-de-cheiro

Vê no espelho raio de fundura
sem deixar de lado ré ternura
e aninha estampado na cara

E embrulha e me manda de volta
o furor que te bater à porta
quando o mundo quiser ler você

Já que o ponto que foi de partida
do trajeto, até então de ida
não cabe no que há de crescer"

*ah queria ter feito mais...mas ia virar um jogral mega-modernizado=P*

Um comentário:

Anônimo disse...

Rubia, perdoe-me, mas não consigo acompanhar seu pique. Vc tá demais. Essa valeu mesmo. Deixa eu, poeta bissexto, quietinho com a minha prosa, que pra bater ponto nas ruas da poesia tem que ter o seu calibre. Me deixa só espiar...

Abraço!
jotadfraga@bol.com.br