"Tudo que existe consiste
no básico aspecto de sentir
e nesse aspecto encontrado de se ser
de se ir, e então de se voltar
E então tudo assim sendo sem amarras
de deixar levar o rumo cada ego
e mudar de trilha sempre e não ter mapa
pra ser só nessa imensidão de nada."
Porque hoje eu sou só objeto de todas as coisas, sou toda pele e poros abertos, toda ouvidos, toda sabor e paladar.
sexta-feira, maio 27, 2005
quinta-feira, maio 26, 2005
Não é bem o que eu queria
"Basta uma linha a se seguir
com ramos bastante pra se poder vagar
com folhas bastantes pra se poder pular
e com flores que deixem meu verão passar.
Com tanta beleza,
só me resta
suicidar."
com ramos bastante pra se poder vagar
com folhas bastantes pra se poder pular
e com flores que deixem meu verão passar.
Com tanta beleza,
só me resta
suicidar."
Insípido
"Dia triste o de hoje em que descobri
que só vivemos pra angariar lembranças,
e se alimentar dessas lembranças em dia de não.
Baú cheio, e daí?
Simples demais, e tudo perde a graça."
que só vivemos pra angariar lembranças,
e se alimentar dessas lembranças em dia de não.
Baú cheio, e daí?
Simples demais, e tudo perde a graça."
sábado, maio 21, 2005
Neon de silicone
"Sou a pessoa mais eu mesma que conheço.
E a mais impulsiva, de antemão.
Arrogante?
Ao ponto de me achar muito assassina."
E a mais impulsiva, de antemão.
Arrogante?
Ao ponto de me achar muito assassina."
sexta-feira, maio 20, 2005
Lição em intervalo de vulcão
"Vou me tatuar com tinta de caneta,
e pintar no antebraço uma figura
e criar um novo código à altura
e manipular nas mãos cada ranhura.
E mostrar nos dedos quinze fotos tuas,
e rasgar toda evidência dessas ruas
e implorar que não atire às línguas nuas
flechas pardas de compasso de corneta.
E arrombar essa maldita maçaneta
e clamar pros meus desejos que não cessem
e julgar quaisquer dos ares que padecem
e deixar aos que quiserem que arremessem
E justificar o sim que não foi dito
e lembrar que é tudo parte de um só mito
e tentar jogar mais lírio nesse rito
Pra tornar mais espanhola essa roleta."
e pintar no antebraço uma figura
e criar um novo código à altura
e manipular nas mãos cada ranhura.
E mostrar nos dedos quinze fotos tuas,
e rasgar toda evidência dessas ruas
e implorar que não atire às línguas nuas
flechas pardas de compasso de corneta.
E arrombar essa maldita maçaneta
e clamar pros meus desejos que não cessem
e julgar quaisquer dos ares que padecem
e deixar aos que quiserem que arremessem
E justificar o sim que não foi dito
e lembrar que é tudo parte de um só mito
e tentar jogar mais lírio nesse rito
Pra tornar mais espanhola essa roleta."
Depois de um sono num banco
"Coisa estranha essa mania que nós temos
de querer tornar complexo o que é simples
e tentar mitificar o que é tão claro
e de arrepender por tudo que não vimos
Em calar pra que voltar, se no momento
em que a chance se apresenta você foge?
E onde é que há pecado em querer tudo
e, na hora, de temer loucura nova?
Curto assim já basta pra falar com calma
quando ainda mais mil milhas faltariam
e também ficam faltando mais cem dias
pra poder saborear o que te toma"
de querer tornar complexo o que é simples
e tentar mitificar o que é tão claro
e de arrepender por tudo que não vimos
Em calar pra que voltar, se no momento
em que a chance se apresenta você foge?
E onde é que há pecado em querer tudo
e, na hora, de temer loucura nova?
Curto assim já basta pra falar com calma
quando ainda mais mil milhas faltariam
e também ficam faltando mais cem dias
pra poder saborear o que te toma"
Suspiro
"Dias que foram e que se foram
e levaram tudo que eu tinha de puro
O pinguim e a musiquinha de cantar,
a maleta com a casa pra montar,
o sossego de querer só pular muro...
Não me vejo muito além mesmo sabendo
que da linha mal andei primeiro quarto
E cansei de tentar sempre ir além,
e não quero mais fingir que quero bem
meu destino do qual já me sinto farto..."
e levaram tudo que eu tinha de puro
O pinguim e a musiquinha de cantar,
a maleta com a casa pra montar,
o sossego de querer só pular muro...
Não me vejo muito além mesmo sabendo
que da linha mal andei primeiro quarto
E cansei de tentar sempre ir além,
e não quero mais fingir que quero bem
meu destino do qual já me sinto farto..."
sábado, maio 07, 2005
Regret
"Já é noite, e o meu dia já passou
e na noite tudo fica mais escuro
mas é nessa mesma noite que restou
que se pode ver estrela em céu de furo
Se a mudança aparece já num dia
que dirá depois de horas de assossego?
meu desejo agora cai como água fria
em teu rosto, e te desperta desse apego
Assim sendo, não aquieto e te perturbo
pra que ande mais pra frente em menos tempo
e te grito, e te tomo como surdo
já sabendo que você se faz de lento
Mas é essa distração que me fascina
quando o resto mostra flecha em arvoredo
e se assim se expõe de bobo em côrte e rima
bem mais vale que igualar ao sono lêdo
E no fim, por que me tomo de assustada
se comum é toda morte e todo pranto?
e se a vida que assumimos não é nada
e se tudo que buscamos é um canto?
Mas narrada essa miséria é bem mais bela
e o teu dom foi pra tornar caro o carvão
e abrir um pouco as grades dessa cela
e aliviar o peso que há num pão
Derradeiro, passo em falso, puro atraso
é qualquer vã tentativa de completa
como, entanto, ver passar como em arraso
e não ir pegar carona nessa reta?
Não despreza dessa forma o que tua vida
resolver te dar em troca de repente
e então percebe só de uma lida
pra não ver ficar a flor tendo a semente
Sei que minha construção não te agrada
bem como o cotidiano que te espera
mas não veja nada a mais onde há nada
e nem minimiza a pista que te cerca"
e na noite tudo fica mais escuro
mas é nessa mesma noite que restou
que se pode ver estrela em céu de furo
Se a mudança aparece já num dia
que dirá depois de horas de assossego?
meu desejo agora cai como água fria
em teu rosto, e te desperta desse apego
Assim sendo, não aquieto e te perturbo
pra que ande mais pra frente em menos tempo
e te grito, e te tomo como surdo
já sabendo que você se faz de lento
Mas é essa distração que me fascina
quando o resto mostra flecha em arvoredo
e se assim se expõe de bobo em côrte e rima
bem mais vale que igualar ao sono lêdo
E no fim, por que me tomo de assustada
se comum é toda morte e todo pranto?
e se a vida que assumimos não é nada
e se tudo que buscamos é um canto?
Mas narrada essa miséria é bem mais bela
e o teu dom foi pra tornar caro o carvão
e abrir um pouco as grades dessa cela
e aliviar o peso que há num pão
Derradeiro, passo em falso, puro atraso
é qualquer vã tentativa de completa
como, entanto, ver passar como em arraso
e não ir pegar carona nessa reta?
Não despreza dessa forma o que tua vida
resolver te dar em troca de repente
e então percebe só de uma lida
pra não ver ficar a flor tendo a semente
Sei que minha construção não te agrada
bem como o cotidiano que te espera
mas não veja nada a mais onde há nada
e nem minimiza a pista que te cerca"
De onde vem meu sentimento?
"Sabe o que me
encanta, e que
retoma a minha
olhada? Que me
toma e me
outona, e sempre
nasce
imaginada?
nada disso tão concreto...
apenas curva em traço reto.
encanta, e que
retoma a minha
olhada? Que me
toma e me
outona, e sempre
nasce
imaginada?
nada disso tão concreto...
apenas curva em traço reto.
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