Maldito homem moderno e seus 100 giga de informação,
maldita avalanche incessante de notícias,
maldito o acúmulo de conhecimento.
Amaldiçoado seja o carro do ano, o gadget de amanhã,
o financiamento que endivida eternamente por banalidades.
Que morra toda regra inútil de conduta,
todo bom comportamento e toda alienação,
que cessem todos os noticiários por um ano.
Que emudecam os automóveis e suas buzinas,
as bancas de jornal e seu fluxo alienígena de novidades.
Que se extingua a obrigação social do jantar de negócios,
o crime de repetir a mesma roupa em festas diferentes,
a monogamia, a monografia e a novela das oito,
que evaporem os paparazzi da vulgaridade e suas lentes de aumento.
Os economistas e seus gráficos de Babel.
Organizemos um velório de proporções nunca vistas,
vamos enterrar em covas consecutivas os salários,
as segundas-feiras, a comida já envenenada e a água de garrafinha.
Vamos botar abaixo tudo aquilo que rejeitamos,
os arranha-céus, as academias de ginástica e as antenas parabólicas.
Abençoada seja a nossa capacidade de mudança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário