Sou poeta dos olhos,
poeta; mas apressada que sou,
quando nasci
e vi o milagre de tudo
acontecer,
não esperei.
Não dei tempo para que amadurecessem,
em mim, as palavras,
e me fiz poeta dos olhos.
Me arrefece
a molície de Neruda,
suas ameixas,
o rio da tribo de Caeiro
e a poesia que declamam,
em minha casa,
as violetas e as flores do hibisco.
Me enfarta a melodia de Amélie.
Espero o dia em que morrerei
afogada com a poesia da vida na garganta.
2 comentários:
Interessante seu texto, como todos os outros.
Você escreveu que não deu tempo para que amadurecessem as palavras. Algumas pessoas podem achar isso ruim, mas não é.
Isso é uma característica, e isso é importante.
Assim como Mozart é o compositor mais imaturo que conheço, e também é um dos compositores mais importantes.
Acredito que todos nós esperamos o dia em que morreremos afogado pela poesia da vida :D
bjos =*
Rubia...
Eu adorei essa poesia. Para mim não há idéias para amadurecer, pois eu consigo sentir tudo que você quer dizer. Não sou poeta, mas leitora árdua de poesias. E vc me encanta tanto qto as poesicas de Fernando Pessoa, exatamente o heterônimo que voce citou, Alberto Caeiro. Parabéns.
Ass. RDP
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