sábado, fevereiro 16, 2008

Sou poeta dos olhos,
poeta; mas apressada que sou,
quando nasci
e vi o milagre de tudo
acontecer,
não esperei.
Não dei tempo para que amadurecessem,
em mim, as palavras,
e me fiz poeta dos olhos.

Me arrefece
a molície de Neruda,
suas ameixas,
o rio da tribo de Caeiro
e a poesia que declamam,
em minha casa,
as violetas e as flores do hibisco.
Me enfarta a melodia de Amélie.

Espero o dia em que morrerei
afogada com a poesia da vida na garganta.

2 comentários:

Lame Duck disse...

Interessante seu texto, como todos os outros.

Você escreveu que não deu tempo para que amadurecessem as palavras. Algumas pessoas podem achar isso ruim, mas não é.
Isso é uma característica, e isso é importante.
Assim como Mozart é o compositor mais imaturo que conheço, e também é um dos compositores mais importantes.

Acredito que todos nós esperamos o dia em que morreremos afogado pela poesia da vida :D

bjos =*

Anônimo disse...

Rubia...

Eu adorei essa poesia. Para mim não há idéias para amadurecer, pois eu consigo sentir tudo que você quer dizer. Não sou poeta, mas leitora árdua de poesias. E vc me encanta tanto qto as poesicas de Fernando Pessoa, exatamente o heterônimo que voce citou, Alberto Caeiro. Parabéns.

Ass. RDP