“Tu perguntas o que a lagosta tece lá embaixo com seus pés dourados.
Respondo que o oceano sabe.
E por quem a medusa espera em sua veste transparente?
Está esperando pelo tempo, como tu
Perguntas sobre as plumas do rei pescador que vibram nas puras primaveras dos mares do sul.
Quero te contar que o oceano sabe isto: que a vida em seus estojos de jóias, é infinita como a areia, incontável, pura; e o tempo entre as uvas cor de sangue tornou a pedra dura e lisa, encheu a água-viva de luz, desfez o seu nó, soltou os seus fios musicais de uma cornucópia feita de infinita madrepérola.
Sou só a rede vazia diante dos olhos humanos na escuridão e de dedos habituados à longitude do tímido globo de uma laranja. Caminho, como tu, investigando a estrela sem fim e em minha rede, durante a noite, acordo nu. A única coisa capturada é um peixe preso dentro do vento”.